quarta-feira, 21 de abril de 2010

Revolução

A repulsa ao ver a tua imagem é constante.
Minhas entrenhas revolucionam-se e criam regime.
Os vómitos tornam-se em dores lacinantes.
Só de pensar que antes, por ti, tentava me manter firme.

A desilusão é deveras grande.
A forma como desprezaste tudo o que nós tinhamos sido.
Pois agora é a minha vez de me enojar de maneira cortante
Sempre que imagino a tua face a sorrir, agora sou compreendido.

A minha mente tem lapsos de esclarecimento,
Contudo não posso negar o que ainda sinto...
Angustiado e traído, ingredientes de enfraquecimento,
Alimento-me deles, originando as revoluções que sinto...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Revelação

O crescimento de angústia invade-me o peito
Ao descobrir a derradeira verdade.
O teu esquecimento invade meu leito,
Morro de raiva ao contemplar teu rosto repleto de imunidade.

Como pude ser esquecido de tal forma?
De uma forma tão repentina e cruel?
Observo a horrenda imagem e absorvo o seu papel
De apresentar a realidade e seu dogma.

Irás finalmente sentir-te completa?
Estive ao teu completo serviço.
Mesmo assim recusaste e interrompeste a minha meta
De me apresentar teu servo, mesmo depois de ter tudo feito por isso.

Calamidade destruidora,
Maligna vida sangrenta,
Agora que me desenvolvi e mudei para te tornar leda,
Tudo na minha vida se desmorona!

Muralhas rachadas
Com água a brotar.
Não resistirei mais nenhuma vez nestas brasas,
Fingindo sorrisos e escondendo meu ar.

Irei ser completado?
Não dou hipóteses.
Sempre que um ser se aproxima e me torna em bons ares levado,
A queda é tão dolorosa, os resultados são atrozes.

domingo, 18 de abril de 2010

Bloody river in Disguise

He went across the passage way
To end this life and fade away,
Although he couldn't stand the pressure,
To think he won't find his treasure
Ever again.
The old man asked for his hand
He accepted the strange request.
He stole his life, he fell threw a river
In the young man's spine, there's a shiver.
The mountain was cold and white.
The strengths were gone, he couldn't fight.
The sun shone throughout the ice.
It seemed like it was paradise.
Swim through the bloody river.
Fall on the rocks of a cruel senior
Walk around in disguise.
My friend, I'm lost.
I cry during a day of frost.
My mind is bleeding through my eyes...
The leaves fall onto the ground
Aswell as I do, never to be found.
As I swim through this bloody river
Falling on the rocks of a gastly senior
I must walk around in disguise...

Ilhéu

Campos sinuosos em retalhos,
Qual manta verde e macia que cobre meu coração
Perdido em pensamentos gerados por estes pedaços
Pacíficos e sinuosos deste pequeno chão.


Um lençol interminável de ceda azul
Com vizinhos espreitando as nossas vidas,
A curta distância de nós, no vasto azul,
Sempre com as rochas, em nossas vidas, metidas.

No meio de tanta beleza, sinto-me perdido.
Confusões geradas por pensamentos diferentes.
Adolescente à deriva numa ilha, esquecido
Por todo o tipo de gentes.

Marcado pela indiferença de companheiros,
Fracassos ratalhando o coração fracassado,
Metem-no confuso, tentando perceber a razão destes leigos
De o torturarem durante tempo ilimitado

domingo, 11 de abril de 2010

Reflecção nervosa

Esgotamento dos meus nervos,
Tudo o que me pertence treme horrivelmente.
Os olhos estão pesados e incapazes de ver-vos
Com a mesma paz que eu vos observava, antigamente.
Paranóia crónica, sempre presente.
Alguém me irá tratar mal.
Sempre com essa vergonhosa convicção na minha mente,
Impedindo-me de viver, torna a minha existência infernal.
As lágrimas correm-me pela face,
No escuro, sem que ninguém veja.
A sensação de solidão, dizem-me que é praxe,
Mas nunca termina, devido à minha enorme inveja.
Sem ninguém com quem partilhar
Torno-me num vácuo.
Negro e frio por dentro, sem ar,
Degradando-se lentamente no meu espaço.
Todos possuem alguém com quem existir
Ou assim fazem crer.
Por vezes reflecto no que será pior, antes de me ir.
Será estar só e consciente?
Ou viver em hipocrisia de leigo e inocente?

sábado, 10 de abril de 2010

Último Natal Acordado...

Em noites de tormenta sempre pensei
Em tornar a viver como vivia antes,
Mas tudo se desmoronou na noite de Cristo-rei,
Quando encontrei o mais puro medo e seus amantes.
Eram três horas passadas do manjar.
Estava sozinho, como todas aquelas noites.
Só e triste e com imenso em que pensar,
Sem saber o que fazer, apenas espetar uma foice.
Como sempre, encontrava-me com frio.
Os meus ossos doíam-me e mantinham-me agoniado.
Sempre bastante enrolado em grosso fio
Na esperança de me sentir mais reconfortado.
Mas minhas tristezas me assombravam
Desde a morte da minha amada.
Os planetas azuis, com carinho, me vigiavam,
A sua seda a tocar na minha pele, sempre que era chamada.
Oh!, minha amada, onde estas tu agora?
Penso constantemente que te encontras comigo.
Sinto falta da luz da tua aura
E do doce dos teus lábios, qual figo.
A noite tornava-se mais arrepiada.
A minha pele assemelhava-se à do meu manjar.
Cobri-me ainda mais na roupa amaldiçoada
Que não me aquecia, apenas me fazia irritar.
Com a minha cabeça posta na almofada,
Pareceu-me sentir um toque na janela,
Como se alguém quisesse entrar a altas horas da madugada.
"Foi o vento", convenci-me, ensonado e cansado, sempre pensando nela.]
Passado algum tempo, pareceu-me,
Acordei com uma pancada,
O vidro da janela tinha estremecido e assustou-me
Como nada me o tinha feito desde os meus tempos de criançada.
Dores de cabeça horríveis me atromentavam.
Convenci-me "A bebida já estava fazer os seus efeitos!"
E vi que dois planetas me observavam
E dois panos de seda me percorreram o pescoço, acabando com meus receios...]

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Guitarrada de minha Alma

Em muitos mundos me encontrei
Durante anos de existência,
Contudo sempre me perguntei
Se haveria alguma magnificiência.
Pude encontrar calamidades
Mesmo não me querendo cruzar com elas,
Mas elas sempre me seguiram com as infelicidades
E destruíram meus mares de rosas e flores mais belas.
Diversas vezes me recorri aos belos sons
Das cordas de uma humilde guitarra,
Meus sentimentos sempre me soaram bons
Ao sairem desta belíssima algazarra.
Belos momentos passei com este instrumento.
Passei minhas mãos pelos seus metais e sua madeira
E fi-la chorar da minha tristeza e tormento
E assim eram as minhas tardes, com alma choradeira.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Justiça dos Consagrados

Fracos de coração e mente,
De bom senso e justiça,
Só estes atingem sonhos, injustamente,
E seus crimes vedados com rolhas de cortiça.
Males feitos e escondidos,
Suas aparentes bondades florescem,
Enquanto se rebaixam os desgraçados
Que facilmente todos esquecem.
Estes humanos vis e malditos
Fazem e sempre fizeram
Tudo o que lhes iluminava as suas mentes de perdidos
E nenhuma penitência sofreram.
Trabalhadores que derramaram sangue
Durante uma eternidade.
Estes apenas se consolam com bebida e saudade.
Estes pobres que se sacrificaram e bem fizeram
Nada receberam como prenda,
Apenas sangraram e choraram
Sem saberem o que iriam ter como merenda.
Neste mundo imundo de extremos
Repleto de sonhos de igualdade e recompensa,
Não passa de uma das maiores mentiras que temos,
As mesmas que oferecidas pelos eternamente bem tratados;
Ou como eu os chamo: os consagrados.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Saudade

Em antigos tempos, eu possuía
Tudo o que mais eu desejara.
Um jovem amor incondicional e repleto de alegria
Até ao belo dia em que seu coração se fechara.
Noites de branco passadas,
Olhos ardentes e pesados.
Águas quentes escorriam, qual rio Tejo,
Desaguando no queixo de um apaixonado.
Juramento de entrega,
Juramento de solidariedade,
Juramento de paixão e vida leda,
Mas uma completa falta de sobriedade.
Falta de confiança foi constante,
Vigilantes inexperientes.
Contudo, garantia felicidade
E melhores tempos da tua vida, disse-te, se fosse teu amante.
Nosso egoísmo actuou tal qual um tornado,
Desabando tudo o que era belo,
Saiste da minha vida físicamente, tornando-me quase desgraçado.
Orgulhava-me se houvesse possibilidade
De leres esta lírica que te dedico.
Teu nome não digo, dói demais, essa é a fria verdade.
Amei-te como nunca amei, minha vida atingira o mais alto pico,
Mas de forma alguma me posso aproximar, tal era esta maldade.

Terra de Barro

Dentro do meu espaço me encontro
Gritando de agonia e tristeza de solidão,
Não me encontro pronto
Mas sim sem alegria neste infertil chão.
Demasiada melancolia talvez apresente
Neste canto ridículo de adolescente,
Mas que farei para me livrar destes demónios
Que assolam minha fraca e jovem mente?
Em artes me recorro.
Música, letras, imagens.
Mas uma delas já perdi as suas margens
As outras duas apenas me fazem gritar socorro.
Talvez melhores culturas virão,
Mas agora a terra encontra-se em barro
Impedindo o crescimento de plantas de verão
E as de inverno nem nascem, apenas com raivas de um bairro.

Outflow

Perdido entre corpos astrais,
Contemplando o seu recreio.
A escuridão adensa-se mais
E aumenta meu receio.
Existência de folha
Soprada pelo vento
Em caminhos de sombra
Que alimentam meu desalento.
Em terra imunda e húmida
Cresço devagar e triste.
As dúvidas cobrem a minha vida,
Sem eu poder pôr a minha espada em riste.